Momento Top 5 da minha vida
O show foi fantástico. A emoção na chegada ao Morumbi, o portão da Pista Prime, a lojinha de lembranças ( gastei uma nota preta lá ), a cerveja gelada por R$5,00, a emoção de entrar no estádio com aquela galera beatlemaníaca lá. Eu estava vivendo o sonho.
Tomamos cerveja e algumas doses de whisky na casa de um amigo e fomos para o Morumbi. Lá, naquela avenida que vai para o estádio, aproveitei para tomar mais um golinhos antes e com prar lembranças. Tiramos toneladas de fotos com meus amigos Norton e Cris.
Como chegamos às 18:00 tivemos que nos enfiar no meio da galera até chegar bem perto do palco. Muitos estavam lá desde cedo e estavam visivelmente cansados. Grupos de pessoas sentadas e eu e minha esposa passávamos por cima sem piedade e eles não pareciam ligar pra isso. Afinal era só um casal. Depois de muitas cotoveladas e caras feias chegamos a um ponto que não dava mais para chegar mais perto. Estávamos bem perto do palco e paramos por ali. Norton e Cris nos seguiram.
Preparamos as câmeras, tomei mais uma cerveja e ficamos olhando para o telão onde passava como uma cascata fotos dos beatles e outras coisas. O som que vinha do palco era "let'em in" versão remix, assim como "Goodnight tonight - loop de loop mix" e "Silly love songs - remix".
Eu, pelo menos ao meu redor, era a única pessoa que conhecia e tinha aquelas versões. Muitas fãs de coletâneas estavam lá. Eu sabia que eles não iriam curtir "Letting go" como eu iria. Essas pessoas acham que Denny Laine era o outro lado de "Strawberry Fields".... Fazer o quê? Mas tinha espaço para todo tipo de fã. Eu explicava aos meus amigos e à minha esposa sobre aquelas "lava lamps" que ficavam perto dos teclados do Wix. Era uma homenagem dele à Linda McCartney. O povo que estava em volta ficava prestando atenção. Eu....dando aula de beatlelogia na frente do palco....tsi..tsi..tsi.
Finalmente Paul apareceu. Minha esposa tirava fotos sem parar com sua novíssima câmera. Eu fiquei com a minha abaixada e não conseguia tirar os olhos do meu ídolo. "Venus & Mars" ecoava pelo estádio. Um senhor colocou o filho nas costas bem na minha frente. Eu, graças à minha voz de professor" gritei: "Tirem esse moleque daí!". O homem atendeu e todos olharam para mim como se fosse um animal. "Dane-se!", pensei. Mas daí "Jet" começou e eu estava em outro mundo. As músicas foram sendo tocadas e avisei a minha esposa: "Quando ele tocar Highway eu vou tirar fotos. Não gosto muito dessa música mesmo!! E o povão vai abaixar os braços, pois eles nem a conhecem!". Dito e feito. Minha esposa tirou fotos magníficas do Macca, sem nenhum braço chato na frente.
Chorei em "The long & winding road", abraçei um estranho em "Something", chorei mais ainda em "Here Today", cantei a todos pulmões em "Od-la-di-ob-la-da", cantei pra caramba em "Hey Jude" e "Mrs. Vandelbit", cantei sozinho "1985", morri de rir com a reação de minha esposa aos fogos em "Live and let die",quase assassinei uma garota em "Let it be" pois ela queria ficar nos ombros do namorado (Ela tomou um tapa nas costas que deve estar doendo até agora! Sorry, darling! ), empurrei um senhor pois eu queria tirar uma foto do Epiphone do Paul que ele usara no "Ed Sullivan" quando cantou "Yesterday", chorei de dor ao ser pisado no pé por um gigante gordo durante "The end" e fiquei aliviado quando o show acabou pois queria muito dar uma desaguada por causa das cervejas antes do show. Mas curti mais que todo mundo ao meu redor quando meu ídolo tocou "Letting go". Fez-me lembrar quando eu ainda tinha cabelos sentado no meu quarto ouvindo "Wings over America" e pensando se um dia veria Paul McCartney.
Finalmente voltamos a Ouro Preto com as câmeras cjeias de vídeos e fotos e com a cabeça cheia de lembranças.